Por me importar com a
opinião de terceiros: Incontáveis foram às vezes que chorei. Inúmeras foram às
quedas que obtive na vida. Várias foram ás vezes quebrei a cara. Sofri.
As lágrimas, os sofrimentos
se davam porque eu nunca estava à altura das expectativas, do que os outros
esperavam de mim. Simplesmente eu não conseguia atingir o nível, por mais que
tentasse - e olha que tentei – do pensamento, da imaginação, da noção que eles
criaram a meu respeito. Ou, sem minha autorização, a imagem que definiram de
mim e esperavam que eu fosse a cópia precisa que eles inventaram da minha
pessoa, sem me consultar, reitero.
E foi ai que percebi: as
escolhas, as decisões, embora as vivêsseis não eram minhas. Não correspondia
com aquilo que eu sonhava, ambicionava. Percebi mais: Eu vivia uma realidade
substanciada em eleições de planos, sonhos que tinha pouco de mim,
incondizentes com aquilo que trazia no peito, da aquilo que pela madrugada
sonhava de olhos abertos, porque me tirava o sono. Percebi que a minha vida não
era eu, era um protótipo daquilo que terceiros desenharam. Eu era uma cópia
ambulante, vegetativa.
De posse desta constatação,
a saber: que eu não era. Que o meu verdadeiro eu sufocado morria preso temendo
os achismos dos outros, e apenas pela madruga longe dos olhares, livre de
qualquer temor aparecia pálido, fraco como um mal estar de um eventual dia
cansativo.
Farto de sofrer. Farto de
chorar. Farto de ser o que os outros decidiram por mim fiz da prisão reflexão a
fim de descobrir, de fato quem sou, pois aceitei viver o enredo de outros por
não saber quem eu era. Nesta fase de reflexão, ou ainda de descoberta aprendi
muito ao meu respeito, criei intimidade com minha complexidade, a lidar com
minha fraqueza, a amadurecer com os meus medos, e a insurgir contra as minhas
quedas.
Aprendi a me conhecer.
Confesso que a jornada foi longa, dura, e espinhosa, mas afinal aprendi, e
ciente do que sou as opiniões, os pensamentos, as expectativas dos outros
perderam peso, perderam significado, e tão somente passaram a serem opiniões
dos outros.
Já não me afeta. Por elas,
já não mais choro. Por elas, já não mais quebro a cara.
Por elas, já não caio. Já
não me afetam mais. Porque agora vivo as escolhas, as decisões que eu ás elegi,
que eu ás sonhei, que eu quero. Baseado unicamente no meu querer.
Quando se sabe, de fato o
que você é achismos não tem capacidade de ofender, de ferir. Simplesmente,
porque você não é o que dizem, e não sendo, porque conhece quem és de fato, as
conjecturas tornam-se apenas especulações dignas de riso. Uma piada depois de
um dia de trabalho.
Não vale lágrimas. Não vale
sofrimento.
Por Adailson Pereira
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